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Autor:
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Leonardo Brant
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Editora:
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Escrituras
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Páginas: | 144 | | Temas: | Legislação e Mercado | | ISBN: | 8586303941 | |
Neste guia, o consultor de marketing Leonardo Brant delineia com objetividade os caminhos para o bom andamento de projetos culturais, expondo exemplos concretos. O autor orienta tanto o estudante como o profissional em busca de reciclagem e aperfeiçoamento sobre todas as etapas, desde como pautar e formatar projetos culturais, até a venda dos trabalhos a empresas patrocinadoras. A obra explora o assunto também pelo ponto-de-vista da empresa patrocinadora, fazendo uma análise da postura das empresas em relação ao patrocínio cultural, apresentando casos concretos e demonstrando como ampliar os benefícios do patrocínio. O livro aborda a questão das políticas públicas de cultura, propondo medidas para aprimorar o sistema de financiamento de cultura por meio de leis de incentivo. (Sinopse: Editora)
SEU VOTO SOBRE ESTE LIVRO:
TRECHOS SELECIONADOS: ... O marketing cultural evoluiu e hoje é estruturado como um conjunto de ações planejadas que, lançando mão das ferramentas do marketing, visam ao envolvimento da empresa com os seus públicos direto e indireto, por meio da atividade cultural, fundada nos compromissos ético-estético-sociais. Apesar dos avanços empreendidos por alguns casos bem-sucedidos, o vínculo das empresas à atividade cultural ainda é frágil, embrionário e impulsionado muitas vezes apenas pelos benefícios das leis de incentivo à cultura. Cabem aos profissionais do setor a criação e o desenvolvimento de formas diferenciadas de promover e divulgar o produto ou a marca, fazendo o patrocinador perceber o potencial de marketing do investimento em cultura. ... Encarar uma manifestação cultural como produto faz sentido, quando ela é vista sob a ótica de seu potencial econômico e não somente por seu valor sociocultural. Alguns argumentos a favor do comportamento de mercado em relação à cultura podem ser arriscados. O primeiro deles é a inexorável realidade: vivemos num país capitalista, num mundo globalizado, voltado para as relações da economia de mercado; entender o funcionamento dessas regras de mercado é questão de sobrevivência, hoje, e serve também como instrumento de repertório para os profissionais que, por questões éticas e históricas, têm de oferecer visão crítica da sociedade ao seu público. ... ... a primeira observação que salta à vista é a corrente ilusão de que classe baixa não constitui mercado ou, pior do que isso, só gosta e só consome ''porcaria''. De fato ela, ela tem consumido muito lixo cultural despejado pela mídia imediatista e descompromissada, que coloca valores morais e éticos bem abaixo do Ibope. Quando é garantido o acesso a produtos de qualidade, o lixo passa a ser descartado. A elite que comanda o setor de entretenimento, não assumindo os riscos dos investimentos realizados em produtos artísticos de qualidade, reproduz à exaustão os modelos existentes, enfraquecendo o papel da criatividade e da capacidade artística e supervalorizando as produções de ''apelo popular'' na mídia. ... O acesso à mídia fica cada vez mais restrito a verdadeiras máfias que costumam existir no setor do entretenimento. Em vez de sucumbirem ou tentarem reproduzir esse sistema, algumas alternativas valorizam, no entanto, a criação e a arte. Um bom exemplo disso é a estratégia utilizada pelo músico Lobão, que lançou e distribuiu o seu CD em bancas de revistas e canais alternativos, alcançando visibilidade à sua obra. O trabalho de mobilização social do grupo de teatro Ponto de Partida (detalhamento no final deste capítulo), do interior de Minas Gerais, também viabiliza a produção artística, utilizando-se de estratégias inovadoras e criativas. O grupo tem uma base de patrocinadores constituída por 1,2 mil pessoas físicas, e, a produção identificada com os interesses comunitários de sua região.
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