|
|
Autor:
|
Inima Simões
|
|
Editora:
|
Senac São Paulo
|
|
Páginas: | 264 | | Ano: | 1999 | | Temas: | Análise e Reflexão, Cinema Brasileiro | | ISBN: | 857359070X | |
Um censor, velho professor em São Paulo, não satisfeito em desvendar pretensas técnicas utilizadas pelos cineastas para emitir mensagens subliminares (aquelas que levariam os expectadores a aderirem inconscientemente à causa do comunismo internacional), chegou a afirmar em correspondência a um general, que os filmes de Kung-Fu eram difusores das teses de Mao Tse-Tung. Outro, escalado para examinar "Macunaíma", filme de Joaquim Pedro de Andrade, assim o descreveu: "Macunaíma, um preto que vira branco e vai para a cidade dar vazão aos seus instintos sexuais, voltando depois para a selva, de onde viera". Indicou então uma dezena de cortes, entre os quais a expressão "Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são o que são", que qualquer estudante aprende ao tomar contato com a literatura brasileira do século XX. Esses casos folclóricos e muitos outros relatados por Inimá Simões - autor deste roteiro sobre a intolerância cinematográfica no país - não responsabilizam apenas os burocratas arrogantes, considerados os "intelectuais" da Polícia Federal, que se escondiam à sombra da ditadura militar. Na verdade, a presença desses agentes e desse esquema protetor aponta para a existência de uma política obscurantista mais ampla, vigente no ciclo militar, nos chamados "anos de chumbo". Apesar do esforço para aparentar legalidade, a censura limitou-se a executar orientações da alta hierarquia militar e dos órgãos de informação do regime ditatorial. Como explica Inimá Simões, o comportanmento da censura não era errático, sem critérios. Essa irracionalidade foi mais aparente que real, pois articulava-se a um projeto político de controle da sociedade. Dentro dessa perspectiva histórica o autor relata nesse livro, fatos e informações para o leitor pensar o país, o cinema e a censura com mais clareza. Na medida do possível, cita a presença da censura em outros países, pois que censura é assunto universal, próprio de sociedades fechadas. (Sinopse: Editora)
SEU VOTO SOBRE ESTE LIVRO:
|