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Autor:
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Guido Bilharinho
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Editora:
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Instituto Triangulino de Cultura
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Páginas: | 272 | | Ano: | 2001 | | Temas: | Análise e Reflexão, Movimentos Estéticos, História do Cinema, Cinema Mundial | |
O título do presente livro poderia ser "O Filme de Faroeste Nos Estados Unidos", já que realizações dessa categoria não ocorrem somente nesse país, mas, também em diversos outros, entre eles o Brasil e o México, com filmes de temática própria, pelo que se exclui a Itália, onde o cognominado western-spaguetti não é nacional, mas, mero propósito comercial de faturamento no vácuo deixado pela produção ianque, excetuados alguns deles que, mesmo sobre assunto alheio, possuem qualidades que os levam a ser aqui considerados. Contudo, não seria, como não é, necessário alongar essa denominação, visto estar implícito tratar-se do western daquele país, não só dele originário, como, principalmente, pelo extraordinário desenvolvimento nele obtido. Calcula-se que mais de vinte mil faroestes já saíram de seus estúdios. No Brasil, talvez não se atinja nem meia centena de espécimes. Daí, pois, a inutilidade de especificação para o título corresponder ao que efetivamente corresponde: o western estadunidense.
Aspecto também discutível nessa designação seria pretendida abrangência, quando num universo quantitativo tão portentoso contempla pouco mais de cinqüenta filmes, já que em vários artigos focalizam-se duas ou mais obras.
Todavia, essa disparidade apresenta-se relatividade ou minimizada diante da circunstância da esmagadora maioria dessas e das demais realizações cinematográficas não passar de simples produção industrial de cunho diversionista (no duplo sentido de diversão e desvio), cuja existência deriva de atividade econômica praticada em cima da aceitação e comprazimento de largas parcelas da população, não educadas artisticamente, com propostas superficiais e meramente espetaculosas, intermediadas por estrutura narrativa baseada, conforme E. Ann Kaplan, "em mecanismos de reconhecimento e identificação processado emocionalmente e não intelectual e cognitivamente".
Em suma, o que aqui se tem é exame de diversos exemplares do western estadunidense, muitos deles representando o que de mais substancial e significativo persiste nessa classe fílmica, da qual Jorge Luis Borges afirma que num tempo em que os homens de letras descuidaram-se de seus deveres épicos, o gênero "se conservou, muito curiosamente, graças aos westerns", conquanto mais curiosos seja seu "curiosamente", que tanto pode significar esquisito ou estranho quanto extraordinário, interessante, maravilhoso e admirável.
Já omissão de outros e importantes filmes decorre apenas do fato de ainda não se te-los visto ou revisto, pelo que, a seu tempo, poderão integrar futuras edições deste livro, se a tanto chegar ou mais provavelmente compor novo volume sobre o tema. (Sinopse: Editora)
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