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Autor:
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Hélio Nascimento
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Editora:
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Coordenação de Cinema RS
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Páginas: | 496 | |
Uma metáfora que traduz muito bem a posição deste discípulo prefaciador. Ouvir o mestre, ler os seus pensamentos e suas lúcidas análises sobre o fenômeno fílmico é um raro privilégio, num tempo onde a inteligência e a reflexão estão em baixa ou quase inexistem no jornalismo diário, com as raríssimas exceções só confirmando a regra. O espaço das sextas-feiras no Jornal do Comécio de Porto Alegre é uma trincheira de resistência na batalha contra a desinformação, a superficialidade e o modismo. Um autêntico oásis de luz no deserto da treva em que se converteu o jornalismo cultural brasileiro, sempre pronto a promover a hegemônica indústria cultural de massa, quase sempre vinda do país do Big Bush.
Hélio Nascimento é o farol poderoso que conduz o espectador inquieto e em busca de significado transcendentes às imagens que consome diária ou semanalmente. Trata o seu leitor com o respeito à dignidade inerentes a qualquer ser humano. Suas escolhas traduzem esse viés radicalmente humanista, revelado numa irrestrita adesão ao realismo, ao cinema antropomórfico, feito à imagem e semelhança do homem.
Não há, nos textos de Hélio, o deslumbramento boçal com a tecnologia, mas a hierarquização que coloca o cinema, como as demais artes, como tradução do estar humano no mundo, Por isso, sua paixão pelos tempos fortes e duros do western de John Ford e Clint Eastwood, dos épicos de Anthony Mann (El Cid).
Mas também pelas sutilezas freudianas do estudo do comportamento humano que estão tanto no cinema de Hitchcock, Woody allen, Chaplin, Rossellini, Bertolucci, Bunuel, como na simplicidade complexa do mestre Renoir e seu discípulo Truffaut, da comédia inteligente e sutíl de Billy Wilder, dos musicais soberbos de Minnelli e das geniais fantasias de Fellini. Sem prejuízo das audácias contestadoras de Godard, Welles e Kubrick, equilibradas pelo soberbo classicismo de David Lean e Coppola. Ou por autores brasileiros como o Nelson Pereira dos Santos de Memórias do Cárcere, o cinema sulista de Sylvio Back em Aleluia Gretchen ou o espetáculo competente de Roberto Farias.
Tudo sumarizado pelo cinema síntese do sueco universal Ingmar Bergman, que na evocação da Pietá de Gritos e Sussurros afirma toda uma consistente e generosa visão de mundo. (Sinopse: Luiz César Cozzatti)
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